quinta-feira, 16 de julho de 2009

EU CONHEÇO E TU CONHECES APENAS UMA PARTE DE MIM


Estou numa fase muito Jung da minha vida. Quer dizer: estudando os símbolos oníricos que aparecem nos meus sonhos, entrando cada vez mais dentro de mim, sendo meu próprio laboratório. É uma jornada fantástica. Uma verdadeira aventura, cheia de descobertas.

O mestre, Carl Jung, estudou a fundo a sua própria existência e foi a campo tendo em seu currículo de psiquiatra e psicanalista em torno de 80.000 sonhos decifrados de seus pacientes, além de buscar explicação para os símbolos dos sonhos através de povos primitivos, que não sofreram alteração de seus costumes pela sociedade civilizatória, como algumas tribos africanas e de índios.

Segundo ele, todos nós temos um centro interior chamado self. Ele constitui a totalidade absoluta de nossa psique. O nosso ego, ou seja, aquela parte de nós que todos conhecem, inclusive nós mesmos, é apenas um parte muito pequena do self .

Em uma de suas expedições, Jung conheceu os índios Naskapi, que habitam as florestas da península do Labrador. Esses grupos são tão isolados que não tem constumes tribais, ritos e religiosidade. Eles vivem solitários e têm apenas a voz interior como companhia, que chamam de Mista peo, meu amigo. Segundo eles, Mista peo habita o coração do homem e é imortal. Quando morrem, ou pouco antes disso, deixa o homem para encarnar em outro.

Nós nos identificamos tanto com a nossa máscara social (o ego), com o modo que nos apresentamos para o mundo, que esquecemos que somos bem mais do que ação e reação, somos um ser bem mais complexo e lindo do que aquilo que parecemos, mas escolhemos, por diversas razões, apresentarmos uma parte desse ser.

Como já dizia aquela máxima egípcia: CONHECE-TE A TI MESMO E CONHECERÁS O UNIVERSO E OS DEUSES!

Em cada um de nós existe um universo a ser descoberto.


Eve (o ego).

segunda-feira, 6 de julho de 2009

SONHAR

Segundo Carl Jung, a função geral dos sonhos é restabelecer a nossa balança psicológica. É salutar sonharmos porque é a oportunidade de darmos vazão ao nosso emocional, nossas frustações, e até mesmo novas idéias que estão emergindo para a nossa consciência.
As vezes, temos sonhos que parecem totalmente absurdos, não condizentes com aquilo que somos ou com nosso momento de vida. Errado. Tem tudo a ver com a gente e com o nosso momento de vida. Só que a linguagem e símbolos que nosso inconsciente usa para se expressar com a nossa consciência por vezes parecem indecifráveis outras são bem claros.

Os sonhos compensam nossas deficiências de personalidade como por exemplo sonhar que estamos caindo ou voando pode indicar que estamos tendo idéias pouco realistas, ou nos superestimando, ou ainda tendo planos não conduzentes com nossas possibilidades.

É legal sempre anotarmos aquele sonho que nos marcou durante à noite. Pode ser que ali esteja algum complexo, que depois de descoberto e conscientizado sentimo-nos libertos ou prontos para trabalhar a sua transmutação.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

INTELIGÊNCIA E SÍMBOLO ASTROLÓGICO

Qualquer almanaque de Astrologia nos ensina que cada signo do zodíaco rege uma determinada parte do corpo humano. Curiosamente o mais inteligente dos signos, Gêmeos, é o representante de alguns órgãos duplos, mas especialmente relaciona-se às mãos. Não damos muita bola para nossas mãos, mas elas tiveram um papel essencial para a nossa escalada evolutiva desde o homem de Neanderthal até os dias de hoje. Graças aos nossos ancestrais, que se ergueram sobre as patas traseiras, nossas patas dianteiras tornaram-se mãos. Então nossa destreza manual, bem como o cérebro puderam se desenvolver sem limites. Fizemos ferramentas, criamos os mais diferentes utilitários para uma vida melhor, inventou-se a tecnologia. Aqui estou eu digitando esse texto, usando meu cérebro para relacionar, interligar temas aparentemente tão distintos, mas que na verdade contém uma sabedoria infinita. Viva a Astrologia!!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

MULHER: A PRIMEIRA DIVINDADE DA HUMANIDADE


Mulheres! Nós somos uma extensão da Deusa. Personificamos o seu poder criador, o seu amor, e porque não o lado nefasto do feminino: supersensibilidade, a dramaticidade e outros. Não estou aqui querendo dividir em "clube do bolinha" e "clube da luluzinha" meus amigos, conhecidos, a humanidade, longe disso! Apenas quero dizer com todas as letras que demonstramos o aspecto da Grande Mãe quando nos identificamos com os atributos femininos que são inerentes a nossa condição de mulheres. Prova do que eu estou falando, que somos filhas da Grande Deusa é que o homem primitivo, aquele de 20 mil anos atrás, do período Pleistoceno da civilização, cultuava através de imagens femininas, a Deusa da Criação. Essa estátua acima é a Vênus de Brassempouy, encontrada no sul da França e que vem da referida fase da humanidade.

Pensem, porque houve a decadência do matriarcado? Por que em diferentes lugares do mundo a mulher ainda é massacrada pelo machismo, ou o preconceito inrustido que for? Deveríamos ser cuidadas, amadas e valorizadas!

Creio que a resposta a essa indagação passa pela auto-estima, apesar de nossos corpos, nossa condição social e econômica, apesar de tudo!

Agradeço a existência por ter nascido aqui nesse país, que, apesar de tudo, não oprime a mulher tão descaradamente como em outros povos.

Um forte abraço a vocês irmãs!

Eve.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

UM UNIVERSO DENTRO DE MIM



Descobri a um tempo atrás que minha idéia sobre mim mesma estava errada. Eu achava que meu corpo era cheio de células, que agrupadas eram moléculas e que formavam órgãos. Assim aprendi na escola e ponto final... Mas na realidade existe um "povo aqui dentro que eu nem desconfiava". Eu não estou sozinha... Temos no nosso corpo mais bactérias do que células, 90% de nossas células são microorganismos! São milhares de espécies bacterianas. Isso transformou meu pensamento. Já pensaram que nós estamos para esses microorganismo assim como a Terra está pra nós? Sim, eles vivem dentro de nós e dependem de nosso meio para viver, assim como nós precisamos do mundo que vivemos. Muito louco, né? Mas sem eles nós também não viveríamos. Precisamos desses hospedeiros em equilíbrio no nosso corpo para termos saúde.

Desde que me tornei vegetariana estudo o assunto para tentar descobrir um "furo" com relação a esse sistema alimentar. Certa feita, obtive a informação de que a única vitamina que os vegetarianos não conseguem absorver era a B-12. Fui atrás pra saber que raio era essa tal de B-12 e para minha surpresa descobri que é produzida por bactérias! Elas provém da sujeira. E como os vegetarianos modernos comem tudo muito higenizado elas não conseguem ser produzidas. Agora vocês imaginem porque nas carnes e ovos a B-12 existe em abundância. Onívoros ou vegetarianos, não importa: precisamos das bactérias em nossas vidas. Eu diria mais: nós somos um aglomerado de bactérias ambulante!!!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

SOLSTÍCIO DE INVERNO, SÃO JOÃO E CÂNCER

Estamos numa semana em que a natureza marca um período importante de seu ciclo. Em 22 de junho o sol esteve brilhando menos horas aqui no hemisfério sul, dando lugar à escuridão da noite mais cedo do que em qualquer outra fase do ano: é o Solstício de Inverno. Gradativamente, a partir de agora, o sol começará a aumentar sua incidência que culminará com o Solstício de Verão, quando a luz solar ficará mais horas iluminando o dia. Também no dia 22, o sol entrou no signo de Câncer, um eixo significativo do zodíaco, pois sinaliza a gestação dentre outras características. E hoje, 24.06.2009, é dia de São João, festa cristã que foi criada para substituir os festejos que os povos pagãos realizavam nesse período do ano para celebrar o o início dos plantios, para a futura colheita lá no fim do ano (dezembro), época do Solstício de Verão. Esse é um exemplo de que de forma inconsciente ou consciente a humanidade participa do ciclo da natureza. Solstício de Inverno, São João e o signo de Câncer aparentemente dissociados, pertencem ao mesmo simbolismo da fertilização.

terça-feira, 23 de junho de 2009

MITO DO PRIMEIRO HUMANO


Segundo o tantrismo, aliás já aviso que este não tem nada a ver com o conceito comum de depravação e vulgaridade, pois é uma filosofia maravilhosa, milenar, matriarcal e desrepressora, o primeiro ser criado chama-se Ardhânarî, um andrógino. Bem diferente do mito Adão, do Cristianismo, que por sinal veio muitos mil anos depois do tantrismo, Ardhânarî, simboliza a unidade da origem cósmica. Seu lado direito (Shiva) é masculino e seu lado esquerdo (Shakti) feminino. Aqui masculino e feminino são necessários para que haja o "homem", aliás até esse termo já é tendencioso, machista e outras coisinhas mais. A propósito, se observarmos bem, Adão e Ardhânarî parecem ter semelhança etimológica, pois ambos começam com a letra A e tem D. Será que é mais uma cópia do Cristianismo, ou melhor do arianismo, que é a designação dos povos conquistadores e desbravadores de outros não voltados para a guerra e que foram dizimados, tendo suas culturas destruídas, dando lugar ao patriarcado? Eu, como mulher, prefiro acreditar que somos iguais na Criação ao homem. E você?


segunda-feira, 22 de junho de 2009

AMOR: NOSSA BUSCA


Hoje lembrei de um email que recebi há algum tempo da minha super-amiga Cássia em que abordava a questão dessa busca do homem pelo grande amor, a alma gêmea. Todos nós temos o anseio de encontrar alguém que nos faça feliz, que nos complete. Bom, aí ela me deu uma luz sobre o assunto, que desencadeou uma série de relações. Fiquei pensando: se temos essa busca pelo amor ideal é porque um dia vivenciamos isso, pois não poderíamos ir atrás de algo que nem sabemos o que é. Esse amor tem a ver com um estado uno com o Absoluto, Deus/Deusa, talvez reeditado no ventre materno, nas águas em que estamos completamente indiferenciados com o meio-ambiente, onde nem sabemos quem somos, apenas estamos ali, tendo sensações. A própria psicologia aborda essa fase paradisíaca que ocorre alguns meses durante a gestação e dá lugar depois para o incômodo período em que o bebê crescido começa a ficar apertado no útero, próximo ao nascimento.

Que todos os seres possam encontrar e deixar-se encontrar pelo Amor!
A propósito: essa foto foi tirada pelo meu marido amado, Cristiano. Nada mais apropriado para o tema!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

FILHOS DA TERRA


Ontem li um artigo da Revista dos Vegetarianos que me sensibilizou bastante intitulado "A segunda vingança suína?". Márcio Linck, o autor relata o sofrimento dos pobres suínos que fazem parte da produção de consumo. "(...) Todo esse martírio começa com a dolorosa inseminação artificial das fêmeas que, logo em seguida, permanecerão em minúsculas jaulas cercadas com barras de ferro onde sequer podem se virar. Ali, aguardam sua gestação de quatro meses até serem conduzidas para a jaula de parir, onde, além de ficar em pé, conseguem apenas deitar para que suas tetas sejam alcançadas pelos filhotes. Estes, em menos de quatro semanas, serão tirados da mãe, que após receber doses maciças de hormônios, entrará no cio e será inseminada, passando novamente por todo o ciclo de tortura. Completamente estressadas, mordem barras de ferro que as cercam, além de ficarem de focinho em carne viva de tanto esfregarem no chão de concreto à procura de terra e palha para construir o ninho que serviria para parir e proteger os filhotes. (...) Já nos primeiros dias após o nascimento, os porquinhos têm seus dentes cortados sem qualquer procedimento que alivie a dor dos nervos expostos. Mas antes disso, sem qualquer anestesia, terão também o corte do rabo e os machos, os testículos arrancados. (...)"

Por que será que o nome do artigo era esse? Explico: a primeira vingança dos porcos é a gordura que fica acumulada em nossas artérias ao consumirmos sua carne e a segunda, a gripe suína.


Nossa Mãe Terra, que gestou todos os seres que habitam nesse mundo, clama por nossa consciência ambiental. Não dá mais para agirmos sem pensar nas conseqüências de nossos hábitos. Vamos colocar a culpa no sistema, no capitalismo selvagem? Todos somos responsáveis direta ou indiretamente pelo rumo da chamada humanidade.


Luz e amor nos corações!!!


Eve.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ENCONTRO DA CIÊNCIA COM AS TRADIÇÕES


A Física moderna é a responsável pela união da ciência com as tradições antigas. De acordo com ela, tudo é energia, campos de força. A matéria é composta por moléculas vibratórias, de átomos que se criam e se destroem por interação. O universo todo dança, do macrocósmico ao microcósmico. Nada é extático, nem mesmo uma rocha ou uma construção das mais sólidas, pois no nível atômico existe movimento. Daí vem a associação à Shiva Nataraja, o dançarino cósmico do hinduísmo. Nos inúmeros símbolos contidos na imagem de Nataraja destaco o damaru, objeto que carrega em uma de suas mãos, o tambor que produz o som primordial, o big-bang, "no princípio era o verbo" do Gêneses. Ele promove o ritmo e o movimento necessários para a eterna Criação. Quando percebo essa interação sinto a força, a beleza e a profunda sabedoria contida nesse mito, que vai muito além de uma imagem... Mas é preciso não somente vê-lo, mas senti-lo para realmente compreender isso.